skip to Main Content

Arquivos por Ano/Mês

Perspectivas da sustentabilidade do mercado de saúde no Brasil

Como garantir o crescimento dos negócios das operadoras diante dos desafios da saúde suplementar no Brasil? E quais as perspectivas para assegurar os avanços sem perder de vista a sustentabilidade? Para trazer reflexões sobre o tema, participaram como convidados do segundo painel do Encontro de Cooperados o economista em saúde, André Medici; a Diretora-executiva da FenaSaúde, Vera Valente; e o Presidente da UNIDAS, Anderson Mendes.

Para abrir o debate, André Medici abordou o impacto dos determinantes globais do mercado de planos de saúde como fatores essenciais para a análise da saúde suplementar. Entre os determinantes de longo prazo, Medici citou a demografia, a competição existente no mercado, a gestão aberta a tecnologias e à inovação, além da existência de um escudo público de proteção. Já os fatores de curto prazo, segundo o economista, incluem a expectativa do segurado em receber a proteção de saúde, a regulação da ANS, a eficiência dos modelos de pagamento, além do ajuste dos valores dos planos de acordo com a inflação.
 

Envelhecimento populacional é fator para a sustentabilidade

Medici destacou a demografia como um dos pontos de atenção. “O mercado de saúde suplementar depende da força de trabalho das empresas que podem prover plano de saúde para seus funcionários. Quando a população começa a envelhecer, essa força de trabalho começa a reduzir. Em 2050, a relação de pessoas em idade produtiva vai cair muito no Brasil. Isso já é visto hoje nos países mais ricos”, comentou.

Anderson Mendes, presidente da Unidas, abordou também essa perspectiva do envelhecimento populacional ao citar sobre o cenário atual das autogestões. “As autogestões, pela característica da longevidade dos beneficiários na carteira, já registram hoje cerca de 30% do público composto por idosos. Mas isso não pode ser problema. Temos que aprender a cuidar desse segmento, porque o Brasil vai envelhecer”, completou.
 

Crescimento alinhado à demanda dos beneficiários

Em contrapartida, outra frente a ser considerada no crescimento sustentável do mercado de saúde suplementar é a possibilidade de implantar novas opções de serviço, como comentou Vera Valente.

“Estamos vivendo um momento crítico: temos recorde de beneficiários, mas com situação financeira ruim. Apesar do volume de clientes, isso não está trazendo rentabilidade. Diante desse cenário, temos um estudo da Fenasaúde para oferecer um sistema mais flexível e com opções adequadas à necessidade do beneficiário, de acordo com a sua condição de pagamento”, explicou.

“Então qual é o nosso desafio? É trazer mais gente para o sistema de planos de saúde no Brasil. Como podemos cuidar de mais brasileiros e deixar o sistema do SUS para quem realmente não tem condição de assumir com o sistema privado? Avaliar de forma coletiva como ajustar a oferta à necessidade é um desafio conjunto de operadoras de todos os portes e segmentos”, completou.
 

Atuação em cadeia

Diante de todas as variáveis que estruturam o cenário atual da saúde suplementar, Anderson Mendes reforçou a perspectiva da performance coletiva das operadoras na gestão dos seus negócios.

“O grande ponto que vemos hoje é a assimetria de interesses. Somos um sistema que não é sistema, que não atua em conjunto. Como cada um que faz parte dessa cadeia pode atuar com empatia para favorecer o próprio negócio e o negócio do outro? A razão de todos nós é cuidar da saúde. Mas como fazemos isso gerando lucratividade, sustentabilidade e com maior alinhamento para o interesse de todos?”, questionou.

Durante o encontro, os cooperados puderam enviar perguntas aos três palestrantes ao final do debate.

 


Quer saber como foram as outras apresentações que ocorrem durante o 18º Encontro de Cooperados?

Acesse aqui a matéria sobre o cenário econômico-financeiro, com Zeina Latif
Acesse aqui a matéria sobre a história de vida do maestro João Carlos Martins.

 

AVISO

Esse espaço contempla as edições de 2015 a 2023. Para acessar as edições a partir de 2024, clique aqui.

Back To Top