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Médicos da Maternidade Grajaú publicam artigo em revista científica internacional

Artigo relata a experiência positiva no tratamento de mulheres grávidas e puérperas infectadas pela Covid-19 e internadas na unidade

Os médicos cooperados Rodrigo Nacif Barbosa e Maria Aparecida Braga e a médica Bárbara Braga Costa assinam artigo recém-publicado na European Journal of Medical Research sobre a experiência positiva no tratamento de mulheres grávidas e puérperas infectadas pelo coronavírus e que estiveram em tratamento na Maternidade Unimed-Unidade Grajaú. O estudo retrospectivo descritivo incluiu 25 mulheres grávidas e quatro puérperas internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por complicações respiratórias da Covid-19, no período de junho de 2020 a agosto de 2021.

Para a coordenadora da UTI Adulto da Maternidade, Maria Aparecida Braga, a publicação é uma forma de divulgar e compartilhar os resultados, estimulando a discussão e obtenção de respostas para condições ainda não completamente esclarecidas, além de homenagear a equipe que atuou com muito comprometimento durante esse período.

As informações relacionadas às medicações e suporte ventilatório eram confusas no início da pandemia. Sabíamos muito pouco sobre a doença. Através do acompanhamento rigoroso da literatura da época, optamos por algumas condutas que se mostraram adequadas. Além disso tratamos imediatamente e agressivamente infecções secundárias, principal causa de óbito dos pacientes com Covid-19 internados em CTIs. Isso foi fundamental para esse resultado tão exitoso”, comenta a coordenadora.

As pacientes relatadas no estudo tinham idade média de 33,6 anos e deram entrada na unidade com idade gestacional (IG) em torno de 33 semanas. Entre as gestantes, a obesidade foi a comorbidade mais comum. O tempo médio entre o início dos sintomas e a admissão na UTI foi de 10 dias, enquanto o tempo de permanência na UTI foram de 14 dias. A ventilação mecânica invasiva (VMI) foi necessária em 16 pacientes (55,2%) por um tempo médio de 16,5 dias. A posição prona (PP) foi realizada em 68,7% dos pacientes em VMI, e resultou em aumento expressivo da pressão parcial de oxigênio arterial para fração inspirada de oxigênio (PaO2/FiO2 Razão). Onze gestantes (44%) tiveram parto durante a internação na UTI por motivos obstétricos ou fetais: destas, duas (18%) desenvolveram choque hemorrágico pós-parto e uma (9%) desenvolveu infecção da parede abdominal. Nenhuma das 25 grávidas  foram submetidas ao parto por insuficiência respiratória aguda ou na tentativa de evitar a intubação.

Maternidade não registrou óbitos maternos

O estudo destacou principalmente a ausência de óbitos maternos na unidade. Em 2021, a razão de mortalidade materna alcançou 107.53 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, conforme informações preliminares. Em 2019, a razão era de 55.31 a cada 100 mil nascidos vivos. Em 2020, foi de 71.97 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, o que já representou um aumento de quase 25% em relação ao ano anterior. O aumento do número total de mortes maternas foi de 77% entre 2019 e 2021. Os dados são do Ministério da Saúde e foram mapeados pelo Observatório Obstétrico Brasileiro.

Como conclusão, os médicos relataram desfechos favoráveis em gestantes e puérperas com Covid-19 grave e crítico internadas em nossa unidade. O estudo reforça ainda a eficácia da PP no tratamento da insuficiência respiratória hipoxêmica falha secundária à Covid-19 em gestantes submetidas à VMI, e sugere que a gestação só deve ser interrompida em casos de complicações obstétricas e fetais, desde que a paciente esteja estável, ou quando a hipoxemia for refratária à posição prona (PP).

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