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Inteligência artificial não substitui ações humanas no contexto da saúde

Antes do bate-papo, o Diretor de Provimento de Saúde da Unimed-BH, José Augusto Ferreira, instigou os palestrantes com a seguinte questão: que tecnologias são essas que pretendem revolucionar a medicina ou a forma como vemos a prática médica hoje?

Uma arma poderosa na mão do ser humano, que é um ator insubstituível quando se trata da relação entre médico e paciente. Essa foi uma das definições para a inteligência artificial (I.A) no bate-papo de ontem, 7, entre os médicos Daniel Morel, membro da IBM (Watson Health), e Pedro Schestatsky, professor da UFRGS, que falaram sobre os rumos das novas tecnologias ao serem incorporadas à prática médica.

             


Na conversa mediada pelo fundador e CEO da Samba Tech, Gustavo Caetano, o médico Daniel Morel lembrou a vitória de um supercomputador criado pela IBM sobre o então campeão mundial de xadrez, Garry Kasparov, em 1997, antes de considerar a I.A como inteligência cognitiva. Isso porque, hoje, ela é capaz de entender e interpretar o dado que está sendo apresentado. No contexto da saúde, o Watson, plataforma de serviços cognitivos da IBM lançada em 2010, busca trazer valor principalmente para médicos e pacientes.

“O Watson é capaz de aprender a partir dos dados inseridos e resultados que selecionamos, sobre histórico familiar, formulários, etc", disse. "Mas a capacidade de escuta, empatia com o próximo, a máquina não substitui”, ponderou Morel. O trabalho médico pode ser favorecido na medida em que a máquina busca a literatura compreendida sobre oncologia, por exemplo, e oferece diferentes opções de tratamento, empoderando o profissional a tomar a melhor decisão, além de informações educacionais ao paciente.
 

 


Médico do futuro

Em um dos momentos da sua apresentação, Pedro Schestatsky desafiou a plateia com um painel que dividia biscoitos e uma banana, querendo saber o que era mais saudável. A resposta natural era a banana. Porém, pensando em uma dieta personalizada nos picos glicêmicos, indicador que revela a velocidade com que o açúcar ingerido chega à corrente sanguínea, a melhor opção variava de uma pessoa para outra.

Pensar o indivíduo como ser único é uma das “oportunidades para o médico do futuro”, segundo Schestatsky. Ele lembrou que a saúde acontece nas cozinhas e não nos consultórios e que é importante considerar novos arsenais terapêuticos, especialmente à saúde mental, como uma I.A que ajuda a organizar 5 mil perguntas a serem feitas pelo médico ao seu paciente, que pode considerar respondê-las em casa.
 

 


Menos autoridade e mais parceria foi outra oportunidade indicada pelo médico. “O paciente deve ser protagonista do seu tratamento, ele tem que se sentir parte do time”, afirmou. Pedro Schestatsky contou que está há quase 400 dias sem acessar o WhatsApp – o estresse e excesso de informações também adoecem. Outro gráfico apresentado pelo convidado revelava os principais determinantes de longevidade em uma cidade italiana na Sardenha, com expectativa de vida média próxima aos 90 anos. Para surpresa geral dos presentes, os dois primeiros indicadores não eram dieta nem atividade física regular, por exemplo. As respostas estavam na integração social e nos relacionamentos.

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