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Economista do Banco Mundial apresenta cenário da saúde nos Estados Unidos

 

Economista da saúde e consultor do Banco Mundial, André Cezar Medici abriu a rodada de palestras durante a última reunião do Conselho Social, realizada em 5 de maio. Conhecedor de modelos assistenciais do mundo todo, Medici abordou em sua apresentação um panorama do cenário da saúde nos Estados Unidos que, que ocupam o 11º lugar no Ranking Internacional de Qualidade em Saúde (2014).

“Há quatro fatores principais que justificam a posição dos Estados Unidos no ranking e que precisam ser aprimorados, a favor da qualidade assistencial. Entre eles, destaco custo elevado, eficiência, equidade e vida saudável”, apontou Medici. De acordo com o economista, o país gastou US$ 2,9 trilhões em 2013 e a previsão é que os gastos cresçam em 5,7% ao ano até 2023. “Esse custo alto dificulta a eficiência e, soma-se a isso, um sistema que não prevê a equidade, em que o maior percentual dos gastos é destinado aos mais ricos”, completou.

Mesmo diante desse cenário, mudanças estão ocorrendo no sistema de saúde norte-americano, tendo a qualidade assistencial como foco, e influenciando os planos de saúde. Medici destacou as práticas que já vêm gerando resultados: “novos modelos de remuneração, com pagamento cada vez menos centrado em processos e mais em resultados; introdução de indicadores; e planos mais personalizados – equidade é quando se faz um plano adaptado às necessidades do perfil do cliente”, explicou.

O plano de saúde Medicare, principal produto para o americano com mais de 65 anos de idade, foi citado como exemplo de aplicação das novas práticas. “Uma das mudanças incrementais que o Medicare está fazendo é a redução do pagamento dos hospitais com menor eficiência e o aumento da remuneração daqueles mais eficientes. Essa mudança no pagamento dos hospitais também terá impacto na remuneração dos médicos”, afirmou Medici. E os números mostram que essa mudança tende a ser cada vez mais significativa: “em 2015, 30% do pagamento fee for service teve relação com qualidade. Em 2020, a perspectiva é que o pagamento associado à qualidade chegue a 90%”, completou.

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