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Cooperados e colaboradores se reúnem para falar sobre cuidados paliativos

Ontem, dia 10 de outubro, a Unimed-BH realizou o I Simpósio de Cuidados Paliativos. O evento foi destinado a médicos cooperados e colaboradores da assistência que atuam nas unidades próprias.

Em sua fala de abertura, o diretor-presidente da Cooperativa, Frederico Peret, fez um convite para a discussão das melhores práticas, troca de ideias e busca pelas maneiras de aprimorarmos ainda mais essa área crucial da assistência médica.

Peret também enumerou alguns fatores que têm levado a uma demanda por cuidados paliativos, como a mudança significativa na forma como a sociedade encara questões de saúde crônicas e terminais, o envelhecimento da população, avanços médicos que prolongam a vida e o aumento na prevalência de doenças crônicas. "Cuidar de pessoas que atravessam um momento de grande sensibilidade em sua vida exige de nós, profissionais da saúde, exatamente isto: que façamos por eles o que precisa ser feito, no tempo oportuno e com os recursos adequados.", disse.

A abordagem técnica do evento foi iniciada pela cooperada Marília de Aguiar Araújo, que conduziu o tema “Cuidados Paliativos para quem? Quando indicar?". Para fundamentar o tema e as ponderações que seguiriam ao longo do evento, Marília apresentou os princípios e quando o Cuidado Paliativo é indicado:

Marília promoveu a reflexão de que como seres do cuidado que somos, compreender que quando indicado de maneira precoce, o Cuidado Paliativo muda a evolução do paciente, aumenta o tempo de vida e proporciona melhor controle de sintomas. “Eticamente, no Brasil, os profissionais devem evitar medidas que não permitam melhora do quadro em casos de condições irreversíveis. Não iniciar ou suspender possuem o mesmo valor ético”, afirmou a cooperada.

Marília ainda destacou os diversos desafios para a cultura dos cuidados paliativos, como romper o estigma de fim de vida e falar sobre a esperança. 

Na sequência, o cooperado Wesley Gomes Prata abordou as Especificidades e Desafios dos Cuidados Paliativos. O médico apresentou estatísticas que expressam a necessidade de se estudar sobre as possibilidades de planejamento de cuidados paliativos para o público infantil.

Entre as indicações para Cuidados Paliativos Pediátricos têm-se:

Wesley ainda falou sobre a importância de pais e equipe assistencial caminharem juntos para melhor qualidade de vida da criança. Além disso, o cooperado compartilhou alguns pontos de atenção como o apoio psicológico/emocional para ajuste a uma nova cultura de cuidado e o grande risco de óbito durante a transição.

"Em casos de dificuldade de consenso entre a família e equipe assistencial é necessário recorrer a instâncias maiores para que a criança seja sempre o centro do cuidado." afirma Wesley. Por isso, estabelecer uma parceria entre todas as esferas que envolvem o paciente é essencial.

Ao comparar as diferenças entre os Cuidados Paliativos Pediátricos e Adultos, Wesley destaca a resistência de aceitação da finitude na pediatria, o que é mais aceito em adultos.

Anualmente, é escolhido um tema diante da necessidade de discussão coletivas sobre melhorias anuais voltada a cuidados paliativos, o tema deste ano tem a proposta de uma junção entre comunidades: hospitais, unidades de saúde pública, voluntariados e instituições, com foco na excelência do cuidado. Sobre esse assunto o enfermeiro Alexandre da Silva Ernesto apresentou uma realidade: a mudança no perfil epidemiológico. Com famílias cada vez menores e a individualização das pessoas, a rede de apoio nos domicílios leva à hospitalização de doenças não elegíveis à hospitalização. Dessa forma, tem aumentado o caso de hospitais com muitos leitos sem rotatividade, gerando filas de espera para procedimentos e exames.

Existem estratégias mundiais para possibilitar a mudança do cenário das comunidades compassivas no país. Mas o que são as comunidades compassivas?

"Comunidade compassiva, é a união das comunidades de maneira voluntária para aliviar o sofrimento do outro com compaixão. Trata-se de um serviço de apoio que não está limitado às favelas, mas atua em bairros, empresas, congregações e favelas." explica Alexandre. 

O doutor em enfermagem, convidado, abordou o preconceito e alguns entendimentos equivocados, como: receber a alta para viver em casa, não para morrer em casa, pois a morte é uma consequência. Contudo, no Brasil, pacientes elegíveis aos cuidados paliativos nem sempre encontram em suas comunidades o acolhimento e suporte social nessa fase da vida.

Para encerrar essa imersão, a colega Ana Luisa Rugani Barcellos, cooperada da geriatra e paliativista, também reforçou a unicidade de cada paciente e seu universo familiar, ao falar sobre “A importância e os desafios dos cuidados paliativos na atenção domiciliar”. Sob a ótica de um atendimento domiciliar humanizado e bem assistido, Ana Luisa argumentou que, ainda que a morte no domicílio seja considerada padrão ouro, ou seja, primeira opção de muitos pacientes, o planejamento dos cuidados paliativos deve respeitar a escolha do paciente em relação ao local em que deseja receber a assistência.

"Cuidados paliativos não são feitos de boas intenções, demandam arsenal medicamentoso, competência técnica e uma comunicação assertiva com o paciente e familiares."disse Ana Luisa.

Entre as colocações propostas por Ana, destaca-se o uso da telemedicina como uma ferramenta de grande apoio para os cuidados paliativos.



Sobre o Dia Internacional de Cuidados Paliativos

O Dia Mundial de Cuidados Paliativos é uma data de ação unificada para conscientizar da importância desse tema e apoiar os Cuidados Paliativos em todo o mundo. A data é celebrada, anualmente, no segundo sábado do mês de outubro. Neste ano, a comemoração será no dia 14/10.

A The Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA), organização internacional não governamental que se concentra no desenvolvimento de hospice e Cuidados Paliativos no mundo, é responsável pela organização dessa data.

A WHPCA, que conta com membros organizacionais em mais de 100 países, tem a missão de trabalhar o bem-estar das pessoas que necessitam dos Cuidados Paliativos.


Equipe Organizadora do evento

 

AVISO

Esse espaço contempla as edições de 2015 a 2023. Para acessar as edições a partir de 2024, clique aqui.

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