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Cigarros eletrônicos: o mal que não se vê

Sem bituca, fumaça com cheiro desagradável e mau hálito. Quando levantamos as diferenças mais divulgadas entre o cigarro de papel e o eletrônico, alguns podem considerar a novidade como uma grande promessa para o mercado da saúde. No entanto, o produto que funciona à base de vaporização, traz vários malefícios para a saúde que não são tão conhecidas. 

Os Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEF), também conhecidos como cigarro eletrônico, são compostos por um espaço para a inserção do cartucho ou refil, onde fica armazenada a nicotina que, ao serem aquecidos, liberam o vapor líquido. O maior problema é que seus usuários não se consideram fumantes e acreditam que o produto não causa danos à saúde. 

Estima-se que a temperatura de vaporização da resistência pode atingir até 350º C, valor suficientemente elevado para induzir reações químicas e mudanças físicas nos compostos. Os solventes demonstraram decompor-se à altas temperaturas, gerando compostos carbonílicos de baixo peso molecular, como o formaldeído, o acetaldeído, a acroleína e a acetona. 

De acordo com dados do CDC (Center for Disease Control and Prevention, dos Estados Unidos), até o início do mês de novembro, já foram notificados 2.172 casos de uma doença respiratória, com 42 mortes associadas ao uso do cigarro eletrônico em diversos estados dos EUA. O quadro clínico está sendo denominado EVALI (e-cigarette, or vaping, product use associated lung injury) e se apresenta com sintomas respiratórios em 95% dos casos (tosse, dor torácica, respiração curta) e sintomas gastrointestinais (dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia) em 77%. Sintomas como febre, perda de peso e calafrios acontecem em 85% dos casos. Foram encontrados também traços de acetato de vitamina E no material colhido do pulmão das pessoas doentes. Esse produto tem sido utilizado como diluente de alguns produtos utilizados nos cigarros eletrônicos, e é o principal agente causador dessa patologia identificado até o momento. 

Apesar de ter sua comercialização proibida no Brasil pela ANVISA, justamente por sua segurança e eficácia para a cessação do tabagismo convencional não terem sido suficientemente estudadas, tem sido mensurado o aumento exponencial do consumo de jovens e adolescentes.

Oriente e alerte aos seus pacientes sobre os malefícios do cigarro eletrônico e em caso de suspeitas relacionadas ao uso, notifique a Ouvidoria da ANVISA por meio do canal: https://portal.anvisa.gov.br/ouvidoria-atende 

 

Quer saber mais sobre o assunto? Consulte os endereços abaixo:

::  https://www.cdc.gov/tobacco/basic_information/e-cigarettes/
::  https://www.nejm.org/vaping
::  https://www.fda.gov/news-events/public-health-focus/lung-illnesses-associated-use-vaping-products

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