skip to Main Content

Arquivos por Ano/Mês

Cenário da saúde suplementar desafia as operadoras a inovarem seus processos

O Brasil vai gastar em 2015 mais de 10% do PIB com saúde, e a maior parte dessa conta (60%) é paga pelo setor privado. A notícia é tema de capa da Revista Exame, edição de maio, e foi assunto de debate na reunião do Conselho Social, conduzido pelo diretor-presidente, Samuel Flam.

A capa da revista, com a frase “Quanto custa a sua saúde?”, sugere uma reflexão sobre o cenário da saúde suplementar no Brasil e traz algumas afirmações importantes: o gasto com a saúde já passa de meio trilhão de reais por ano; e o custo de hospitais, remédios e médicos deverá crescer 18% neste ano. Dados que colocam o país no topo do ranking, com uma das maiores inflações médicas do mundo.

O cenário é preocupante. Afinal, os custos aumentam justamente no momento em que famílias e empresas estão apertando os gastos. Na última década, o custo da saúde quase quadruplicou no Brasil e a maior parte do aumento recaiu sobre o setor privado. A inflação médica ficou, em média, 7 pontos percentuais acima da inflação geral na última década. Só Venezuela, Sérvia e Líbano tiveram reajustes maiores do que a taxa brasileira de inflação médica em 2014, de 16%.

O que pressiona os custos do sistema de saúde? Dentre os principais fatores, está o volume de internações e exames. A revista afirma que “há uma peculiaridade da estrutura de assistência médica privada: ela está voltada para que haja mais procedimentos, mais exames complexos e o maior uso possível dos materiais caros, independentemente do benefício que os pacientes obtenham”. As internações representam 50% das despesas das operadoras de planos de saúde. Na sequência estão: exames (22%), consultas (18%) e outros gastos (10%).

Instabilidade econômica afeta o setor. A alta da taxa de juros e da inflação e o aumento do desemprego afetam o setor de saúde suplementar e impactam, principalmente, a carteira de clientes. A Cooperativa fechou o mês de maio com 1.262.583 clientes (11 mil vidas a menos que em dezembro de 2014) e a tendência para os próximos meses é de redução da carteira.

Desafios para melhorar o cenário. “Temos que enxergar a crise como um cenário crítico, mas de oportunidades” afirmou o cooperado da Cirurgia Geral e conselheiro social, Eudes Arantes Magalhães, após a apresentação de alternativas sugeridas pela Revista Exame para melhorar a saúde do sistema.

A revista destaca quatro passos:

1- Mensurar e divulgar os resultados dos tratamentos. Os hospitais precisam ser mais transparentes com dados como taxas de mortalidade, infecção, complicação e reinternação de pacientes para cada tipo de doença e após cada tipo de cirurgia. Com isso, a tendência é que as operadoras e empresas estimulem seus pacientes a se tratar em prestadores de serviço mais eficazes.

2- Mudar o modelo de remuneração dos hospitais. As operadoras pagam os hospitais por insumo usado num tratamento. O modelo estimula o uso exagerado de materiais e medicamentos. Outras formas de pagamento, como um valor fixo por tipo de diagnóstico e de paciente, invertem o incentivo econômico.

3- Pagar mais aos médicos. A multinacional americana GE complementa os honorários dos médicos que atendem seus funcionários pagando quatro vezes o que os planos pagam por consulta. Assim, os médicos dedicam mais tempo e atenção ao paciente. Isso gera menos exames e internações. O gasto da GE com saúde no Brasil cai 8% ao ano desde 2009.

4- Reverter a cultura do especialista. Nos sistemas de saúde mais eficientes, como os do Reino Unido, Holanda e Canadá, os pacientes recorrem ao médico de família antes de ir a um neurologista investigar uma simples dor de cabeça. Isso proporciona o acompanhamento da saúde do indivíduo ao longo do tempo e reduz exageros nos pedidos de exames.

Inovação e pioneirismo. “Os nossos projetos e ações nos mostram que estamos no caminho certo e um passo à frente do mercado. Já temos iniciativas alinhadas aos quatro passos sugeridos pela Revista Exame”, afirmou o cooperado da Homeopatia e conselheiro social Eduardo Filgueiras, durante a reunião.

Filgueiras fez referência a ações como o DRG (Diagnosis Related Groups), que é usado como ferramenta de epidemiologia para identificar os motivos de internação; o projeto de indicadores assistenciais e de produção médica, em andamento com os Comitês de Especialidades; além do produto Unimed Pleno, que segue a linha da atenção primária à saúde e fortalece o vínculo médico-paciente.

AVISO

Esse espaço contempla as edições de 2015 a 2023. Para acessar as edições a partir de 2024, clique aqui.

Back To Top