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“A medicina está medicalizada e precisa ser racionalizada”.

Medicina preventiva é apontada como um dos caminhos para a saúde das operadoras pelo médico Dráuzio Varella

O médico Dráuzio Varella subiu ao palco do 12º Encontro de Cooperados para falar como equilibrar a saúde da população, que vive cada vez mais, com a saúde financeira das operadoras. Ele abordou a ampliação do acesso à assistência, a partir do Sistema Único de Saúde (SUS) e da saúde suplementar, e dos avanços notados nos dois modelos.  Entre as oportunidades para a garantia da saúde das operadoras, Dráuzio destacou a atenção dos médicos às doenças crônicas e ao crescimento do sedentarismo entre os pacientes.

“Estamos envelhecendo mal. Metade das mulheres e homens com mais de 60 anos são hipertensos e 14 milhões de pessoas têm diabetes. Todos conhecem as complicações dessas doenças e com isso vem uma epidemia de obesidade. Hoje 52% da população está acima do peso e precisamos falar mais sobre isso com nossos pacientes.  O corpo humano foi feito para o movimento. A OMS diz que o sedentarismo tem os mesmos impactos do fumo e, por isso, precisamos nos mexer, caminhar”, comentou.

A medicina preventiva, onde o paciente é tratado para evitar a recorrência ou surgimento de doenças, deve ser outro ponto de atenção, segundo Dráuzio. “O modelo onde eu só existo  para o SUS quando sou atropelado, ou surjo como cheque em branco nos pronto-atendimentos de hospitais particulares tem que acabar”, afirmou. “Além disso, precisamos esclarecer para nossos pacientes que só fazer exames não significa que a pessoa está com a saúde em bom estado. Muitos sedentários têm ótimos exames e precisamos mudar esse conceito”.

Ainda de acordo com Dráuzio, é preciso haver consenso para reduzir custos e evitar desperdícios de insumos. “Somos formados sem saber os custos dos exames, dos medicamentos, ficamos alheios à parte econômica da nossa profissão. Não podemos continuar praticando a medicina que espera a pessoa ficar doente. É preciso incentivar os cuidados com a saúde, frequência de atividades e a gente insiste pouco. Precisamos dizer que as pessoas não podem ser sedentárias assim como não podem fumar”, reforçou.

A mudança nos atendimentos pode, segundo Dráuzio, evitar impactos na saúde pública, com medidas preventivas que vão evitar novos casos de AVC, doenças vasculares periféricas e reumatismos. “Doenças crônicas degenerativas surgem com alto custo para a medicina. A maior parte dos casos que chegam até nós podemos resolver de maneira simples. A medicina está medicalizada e precisa ser racionalizada, mas isso depende de um grande acordo entre médico e paciente”, finalizou.

 

Assista entrevista com o palestrante:

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