História de amor e superação
“Posso dizer que a palavra superação faz parte da minha vida desde os 8 anos de idade”. Essa é uma das frases marcantes ditas por João Carlos Martins, em sua palestra na 18ª edição do Encontro de Cooperados. Com uma apresentação emocionante, em cerca de uma hora, o músico contou ao público reunido no Minascentro como, mesmo diante de grandes desafios, não desistiu de sua vocação e amor pela música e fez da sua história um grande exemplo de superação.
Músico desde os 8 anos de idade, o pianista e maestro João Carlos Martins construiu uma história de grande sucesso na música clássica. Ainda jovem e com uma carreira internacional em ascensão, ele se descobriu portador de Distonia Focal – doença causada por um problema no sistema nervoso central que, no caso do pianista, afetou o movimento das mãos. Foram 25 cirurgias e diversos procedimentos para seguir com seu sonho.
Em sua apresentação no Encontro de Cooperados, ele contou em detalhes como, ao longo dos seus mais de 80 anos, teve que lidar com a perda dos movimentos de uma das mãos e que apesar das diversas cirurgias não desistiu da sua vocação. “Mesmo diante das dificuldades e inúmeras negativas dos médicos, fui me reinventando dentro da música. Impossibilitado de tocar, minha determinação me levou a construir uma sólida carreira de maestro”, relatou.
Martins também contou como a tecnologia contribuiu para seu retorno aos palcos. Atualmente, ele utiliza luvas biônicas que o ajudam a retomar o movimento dos dedos. “Foi emocionante o dia que voltei a colocar os meus 10 dedos no piano”, relatou o artista emocionado. E completou: “a missão de um artista quando entra no palco é se dedicar a cada nota. Nossa missão é deixar o público com lágrimas nos olhos e sorriso nos lábios”.
"A música é uma grande ferramenta de inclusão social"
Durante uma hora de palestra, João Carlos Martins mesclou momentos em que falou sobre a sua história com apresentações ao piano. “O planeta vive um momento em que a única palavra possível é o amor e, por isso, escolhi executar ao piano a composição Playing Love”, disse o pianista.
O artista também destacou a importância da música como ferramenta de inclusão social e, como ponto alto do evento, fez questão de se apresentar ao piano junto com o Maestro Márcio Miranda Pontes, a Orquestra de Câmara SABRA e o Coral Unimed-BH, ambos projetos mantidos pelo Instituto Unimed-BH. As composições escolhidas foram “Céu de Santo Amaro” e “Eu sei que vou te amar”, grandes sucessos da MPB.
Em sua fala de encerramento, o maestro fez questão de enaltecer os projetos incentivados pelo Instituto Unimed-BH, já que ele também é um grande idealizador e mantenedor de projetos sociais no Brasil. O maestro disse ainda que, em breve, vai se aposentar dos palcos e que iniciará uma nova fase da sua carreira como educador musical.
