Cerca de mil cooperados no Fórum de Ideias para debater a competitividade do negócio
“Os impactos da Covid-19 no mercado de Saúde Suplementar” foi tema do nosso Fórum de Ideias da última quarta-feira, dia 30, realizado mais uma vez em formato digital. Estiveram presentes 990 médicos cooperados, que aproveitaram a oportunidade para esclarecer dúvidas com o convidado do dia, Cézar de Faria, diretor executivo da Morgan Stanley, empresa global de serviços financeiros, com sede em Nova York.
A abertura do Fórum foi feita pelo diretor-presidente, Samuel Flam, que destacou a importância que a saúde ganhou neste momento de pandemia e como o mercado tem se movimentado, especialmente na Região Sudeste, em que grandes grupos econômicos têm adquirido pequenas operadoras de planos de saúde. “Não há dúvidas: vamos enfrentar uma batalha cada vez mais acirrada daqui para frente. Sabemos que para ter competitividade precisaremos oferecer, cada vez mais, qualidade e preço acessível. Precisamos dar velocidade à inovação, implementar novas tecnologias e criar produtos alternativos. Afinal, o sucesso que nos trouxe até aqui não é garantia do nosso sucesso no futuro. Nossa atitude diante deste novo desafio é que fará a diferença”, ressaltou.
Também participaram do evento o diretor de Provimento de Saúde, José Augusto Ferreira, que mediou o debate com o convidado, o diretor Administrativo-financeiro, Eudes Magalhães, a diretora Comercial e de Relacionamento Institucional, Mercês Fróes, e o diretor de Serviços Próprios, Múcio Diniz.
Saúde Suplementar
Cezar de Faria iniciou sua fala relembrando sua participação no Encontro de Cooperados do ano passado, em que destacou a insustentabilidade do atual modelo da saúde suplementar em razão da alta inflação médica, do desperdício e da sinistralidade, e reforçou a necessidade de ajustes. Segundo ele, a Covid-19 trouxe uma pressão adicional sobre o setor, com o impacto da crise econômica sobre os planos de saúde. Mas teve uma área que soube atuar bem neste momento: “Empresas do setor de tecnologia voltadas para a saúde se beneficiaram com a pandemia”, afirmou.
Cezar de Faria falou também sobre as novas concorrentes no mercado mineiro, Hapvida e Intermédica, que retomaram seus planos de expansão com a redução da pandemia. “Não foi exatamente uma surpresa a entrada deles no mercado mineiro, porque este movimento é estratégico”, explicou. Ele aproveitou para dar algumas dicas importantes nesse contexto de acirramento da concorrência. "Algumas empresas preferem se antecipar e tomar medidas para enfrentar os concorrentes e outras preferem continuar fazendo como sempre fizeram. Nesse caso, não tomar nenhuma decisão já é uma decisão. E os concorrentes esperam justamente isso, que a Unimed-BH continue fazendo tudo exatamente do mesmo jeito", destacou.
Potencial de crescimento
Para Cezar de Faria, o setor de Saúde Suplementar tem potencial para crescer no futuro. “Sempre que uma pessoa tem aumento na renda, há dois investimentos que considera mais importantes: saúde e educação”. O executivo ainda destacou dois movimentos possíveis nesse contexto, o do crescimento e o da consolidação. O primeiro está diretamente relacionado à recuperação da economia. Já o segundo, ele explicou, pode ser comparado com as fatias de um bolo. O bolo (quantidade de clientes no mercado), em si, não aumenta de tamanho, mas as fatias de cada empresa podem crescer.
Governança
Uma das discussões correntes no setor hoje diz respeito ao modelo de governança das singulares Unimed. O mercado vê a gestão democrática e a alternância de poder como uma fragilidade capaz de tornar as Unimeds presas fáceis. Nesse sentido, Cezar de Faria faz uma recomendação importante: é preciso pensar como companhias de capital aberto e, ao mesmo tempo, reforçar os valores da cooperação. “As cooperativas têm uma vantagem importante, que é o foco no paciente e no serviço prestado. Mas isso precisa vir combinado com a rentabilidade e a capacidade de investir em novas tecnologias. Qualidade tem que ser combinada com o que cabe no bolso. Ou seja, é preciso equilibrar custo, qualidade e acesso.”